1.01 - Lorena "Amarela"


O carro hoje

  


 

Comentário de Mário Luis Estivalét

"Julho de 1970. Eu perto de fazer 18 anos e uma promessa de um carro. Um dia de julho, caminhando na Rua Sete de Setembro, Porto Alegre, na época região de lojas de venda de carros, vejo o carro mais lindo que já tinha visto (Exposição Maracanã, Avenida Sete de Setembro, 604, Porto Alegre), uma "nave" - um Lorena GT. Cor vinho metálico, com uma faixa branca no meio do carro, baixinho, largo, com uns faróis enormes olhando pra mim, e pedindo "me leva". Foram umas duas semanas de insistência com meu pai, e no final a garagem de meu prédio recebeu o Lorena. Carro de uso do dia a dia, para ir até o Colégio Militar onde eu estudava, finais de semana em Ipanema, e em 1971 para a PUC onde estudei Engenharia (lá também tinha um Lorena branco que não sei que fim levou). No inicio de 71, apos uma batida na frente, resolvi trocar a cor ele recebeu o amarelo Puma. O trabalho de conserto da fibra foi feito pelo "Português", perto do Hospital de Clínicas, que era um dos poucos que conhecia fibra na época, e mexia com os Puma. Ganhou capa e dormia coberto, pra não sujar e não passar frio.... No final de novembro de 1972 vendi o carro, (Revenda Ferraz Automóveis, Avenida Cristovão Colombo, 2247, Porto Alegre), em um daqueles momentos que a gente passa e nem sempre compreende bem. Bruno Liberty comprou o carro e algum tempo depois mudou-se de Porto Alegre levando o Lorena.

Em janeiro de 2006 recebo uma ligação do Joe, do  Museu da Ulbra, perguntando se podia passar o meu nome para uma pessoa de Brasília que havia comprado meu carro. "Claro que pode", respondi sem acreditar que meu Lorena ainda existia. Fiquei sabendo que o carro tinha ficado praticamente parado todos estes anos, pois ainda estava com as placas amarelas de quando eu o havia vendido, e agora tinha achado um novo dono. O carro fora modificado, e o novo proprietário, num trabalho primoroso, retornou o carro ao mais próximo possível de sua forma original. Aquele carro, com tantos momentos bons e muitas histórias de um adolescente ainda existe, está inteiro de novo e rodando."

Posteriormente tive outros Lorena GT - Um entre outro entre 1997 e 2000 (carro 3.01), um Lorena GTL entre 2010 e 2016 (carro 5.01), e outro Lorena GT adquirido em 2015 (carro 3.01)

Pesquisa realizada no jornal "Correio do Povo", me permitiu localizar o anúncio de venda do carro em 01/agosto de 1970 (veja abaixo), na revenda "Exposição Maracanã", situada na Avenida Sete de Setembro, 604, Porto Alegre. O carro foi adquirido na semana posterior a este anúncio. Eu já havia visto o carro na revenda umas duas semanas antes do anúncio.

 

Foto do carro em 1971 no autódromo de Tarumã - RS

O carro estava com a pintura vinho metálico e rodas originais. Faixa branca nas tomadas de ar e sobre o carro.

Coberturas dos faróis em acrílico amarelo, e as sinaleiras traseiras eram do Chevrolet Impala 1964.

"Em fevereiro de 1971, estava passeando com a namorada no hipódromo do Cristal, a noite. O carro era muito baixo, visibilidade ruim. Acabei entrando em um buraco (cratera) na parte interna da pista, próximo ao bar, e o carro simplesmente caiu para baixo, e a frente e o capo subira. O carro quebrou a frente na parte superior dos para-lamas dianteiros, após os faróis. Voltei para casa com o carro rodando, sem a frente. No dia seguinte, um domingo, fui até o hipódromo para pegar a frente,

Só tinha um sujeito em Porto Alegre que trabalhava com carros de fibra-de-vidro. O "Português", Antônio Carlos Rainho. Jovem, alegre, português, boa conversa e matador. Levou quatro meses no conserto do carro, e aproveitamos para trocar a cor para amarelo-puma. Trabalho excelente, equipe sensacional. A oficina do '"Portugues" ficava na Rua São Manoel, aproximadamente número 500 (acho que 532), lado par. A manutenção mecânica do carro era feita na oficina do José Gudes. na Rua Casemiro de Abreu." Mário Estivalét


Fotos do carro em novembro de 1972,  Hipódromo do Cristal - Porto Alegre - RS.

Modificações: O carro foi pintado na cor amarelo Puma, rodas originais mas alargadas para 7 polegadas.

Fechos rápidos do capo dianteiro do Maverick, sinaleiras traseiras do Corcel, e retirados os para-choques e os brazões dianteiro e traseiro (que ainda estão comigo até hoje..... )

    

(Foto montagem)

  

  

  

  

  

  

  


  O console central não é original do carro, e o painel originalmente possuía apenas 4 chaves de comandos,

as 4 da esquerda.  A "bolota" da alavanca de marchas também não é o original (era uma Fittipaldi).

    

  

  

    


Anúncios da "compra" do carro, no jornal "Correio do Povo" de 01/agosto/1970, de Porto Alegre

 

 

 

 

 

Jornal "Correio do Povo"

01/agosto/1970 - página 45

 

 

 

Revenda "Exposição Maracanã,

 

Avenida Sete de Setembro, 604

Porto Alegre

Telefone: 24-1295

 

 


Anúncios de venda do carro, no jornal "Correio do Povo", de Porto Alegre

  20/agosto/1972 - página: 47

  27/agosto/1972 - página: 53

  10/setembro/1972 - página: 42 (Obs abaixo)

  22/outubro/1972 - página 47

  29/outubro/1972 - página: 49

 05/novembro/1972 - página 53

 

Revenda Ferraz Automóveis

Avenida Cristovão Colombo, 2247,

esquina com Rua Quintino Bocaiúva

Telefone: 22-3625

 

No período em que o carro esteve na revenda, em alguns finais de semana eu pegava o carro para passear.

 

Observação:

No mesmo período estava a venda também em Porto Alegre o carro Lorena do Édo (carro D3-01), inclusive no dia 10/setembro os dois anúncios aparecem na mesma página. Os dois carros foram vendidos praticamente juntos, em revendas diferentes.

  12/novembro/1972 - página 47

   

Em novembro de 1972 o carro foi vendido para Bruno Liberty, e foi para o centro do país,

para destino desconhecido,até 2006... Veja "Parte 2"


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